Vítor era tudo que Arthur Aguiar poderia desejar como presente de Natal. Após dois anos na pele de Diego, aluno do Elite Way, em Rebelde (Record), o ator e cantor encarou o desafio de trazer a obra A Tragédia da Rua das Flores, de Eça de Queirós, para a atualidade e para a tela da Record.
O drama foi adaptado, dirigido por Del Rangel e criado em parceria com a Academia de Filmes, produtora de São Paulo. Sobre o elenco, Daniela Galli, Jonas Bloch, Gabriela Durlo, e outros, se entregaram de mente e coração para contar a polêmica história do incesto involuntário.
Arthur conversou com o R7 e, emocionado, se disse apaixonado pelo envolvente projeto. A parceria com os experientes Dani Galli e Jonas Bloch motivou o ator a seguir no desafio e o fez crescer ainda mais como homem e artista.
Confira abaixo a entrevista na íntegra. O telefilme especial A Tragédia da Rua das Flores será exibido no dia 20 de dezembro, à meia-noite:
R7 – O que te fez se encantar e aceitar o projeto do telefilme?
Arthur Aguiar – Antes de conhecer a história, quando eu recebi o convite, vi que era um personagem totalmente diferente do que eu já tinha feito e totalmente diferente do Diego, de Rebelde. Eu vi uma oportunidade boa para mostrar outro lado meu como ator. Nós fizemos cinema mesmo com Tragédia. Isso também me motivou. Outra coisa foi trabalhar com uma galera mais experiente. A gente tinha atores veteranos em Rebelde, mas para mim não era tão intenso, porque eu contracenava mais com os outros cinco atores da banda. A gente aprendeu muito um com o outro na novela, mas eu tinha essa curiosidade e vontade de trabalhar com uma galera com mais estrada.
R7 – E como foi o resultado desta parceria?
Arthur Aguiar – O Jonas Bloch me recebeu de braços abertos. Ele foi maravilhoso, uma pessoa muito importante. Ele, a Daniela Galli e o Del Rangel, nosso diretor, me abraçaram de uma maneira incrível. Foi muito diferente fazer porque a gente não precisou decorar. A história é tão envolvente que só de você ler, ela já entra na cabeça. E o Del deixou a gente bem à vontade para improvisar. Muitas cenas a gente gravou apenas sabendo o tema, a direção da trama, e improvisou nas falas. Ele deu essa liberdade. Isso vai fazer bastante diferença para quem estiver assistindo. Ficou muito natural.
R7 – A preparação foi bem rápida. Você conseguiu ler a obra original do Eça?
Arthur Aguiar – Como eu recebi tudo um dia antes do início da preparação, ia ficar apertado para ler a obra inteira. Eu comecei a leitura, e quando eu vi que não ia conseguir terminar, eu destaquei o que era mais do meu personagem. Fui sublinhando o que era do Vitor e estudando aquelas informações. Como a adaptação é diferente num todo, foi bom para ter uma base e pegar a liberdade que o Del concedeu. O Eça é muito descritivo. Ele já monta um panorama bom do personagem logo no início.
R7 – E o que você entendeu do Vitor? Como ele é?
Arthur Aguiar – O Vitor muda muito conforme vai se apaixonando pela Jô [personagem de Daniela Galli]. Ele passa por uma fase de amadurecimento, e muda até a forma de se vestir. Tudo bem que ela se encantou por ele daquela forma, mas ele se cobrava para chegar mais ao nível dela.
R7 – Antes desta paixão pela Jô, rola um lance com a Ana [personagem de Gabriela Durlo]?
Arthur Aguiar – Sim. Ele nunca foi de ter muitos amigos, sempre foi mais na dele, não sabia muito bem o que ele queria. O tio, por ser juiz, acabou levando o Vitor para o lado do Direito, mas não é o que ele tinha vontade de fazer. Aí, ele acaba conhecendo a Ana, que é fotógrafa, e ele se encanta. Ele sempre foi meio artista e começa a se interessar por essa área e por essa amizade.
R7 – E ela dá mole para ele?
Arthur Aguiar – Mulher tem muito disso. Quando a gente [o homem] quer muito, ela não quer. Daí quando surge outra pessoa, ela se interessa. Foi o que aconteceu com a Ana. O Vitor sempre teve uma segunda intenção por ela. Ela o ganhou com a fotografia e ele foi se encantando por ela com um todo. Mas daí chega a Jô, e a Ana percebe que ele não ia mais para casa dela, que não passava mais no estúdio, que não conversava mais tanto, ela sentiu falta e foi se declarar para ele, mas daí já era tarde.
R7 – A Dani Galli contou que o elenco inteiro se entregou de uma maneira única para esse trabalho. Você sentiu isso também?
Arthur Aguiar – Senti. Foi incrível trabalhar com todo mundo. Foi uma entrega geral mesmo, como se a gente tivesse esquecido por um momento tudo que já fizemos antes de Tragédia. Foi muito intenso. Em várias cenas eu e Jonas nos deixamos levar pela emoção. Ele chegou até a levar a cadeira de rodas para o hotel [ele usa no telefilme], me chamava de sobrinho o dia inteiro... Foi muito gratificante.
Fonte: R7
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